quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Diário de um Exilado Mental

Verão 2010
26 Jun – 9 Jul
                Foi  um ano atribulado, recheado de ideias e acções de importantes consequências. E eu, precisava de um descanso que me fizesse pensar.
                Vim para esta terra na condição de duas semanas de retroespectiva, pensamento e planeamento.
                Cheguei na pura madrugada do dia 6. Fui para casa e logo me deitei, adormeci a pensar que estava cá numa missão pessoal de retiro espiritual.
                Os primeiros dias foram relaxantes; Passeios, sonos, entertenimento... Estava tudo conjugado de maneira a que me proporciona-se uns dias de descanso mercidos. A meio a primeira semana se encontrava e os meus passeios tinham diminuido de numero drásticamente. Não sei o que me provocou isso, talvez o ambiente de plástico e comercial que se faz sentir por cá; ou então o terrivel sentimento de prisão, porque para mim olhar rm redor e em vez de ver a linha do horizonte, ver muralhas naturais provoca um desiquelibrio nas minhas boémias maneiras.
                Os passeios, os sonos, os entretenimentos tinham-se esgotado. A solidão de uma casa numa terra desconhecida era o meu palco.
                O sentimento que me provoca claustrofobia, o tédio, era o meu parceiro nestes dias. Mas de vez em quando um outro sentimento (este desconhecido), invadia-me a mente; bem me concentrava nele, mas o tédio a mim matava-me e tirava-me a concentração.
                Já tinha perdido a noção dos dias da semana quando me apercebi que este tédio proporcionou-me condições de pensamento. Entrei num estado mental que há muito nao entrava. O tédio desapareceu porque vi-me ocupado outra vez; Ocupado com artes boémias da minha maneira de ser. Comecei a ouvir música que nunca antes tinha ouvido, comecei a criar música que nunca antes tinha criado, e até me intressei por algo português, considerei eu de algo de culto.
                Os meus dias sabiam-me melhor, mas havia sempre espaços de distorção mental que me punham a pensar como nunca.
                Dei por mim a ser informado de metas, não minhas mas de uma pessoa em especial. Metas essas que me atordoaram de tal forma que eu João Miguel Macedo Pereira do Lago fiz plano pra um futuro próximo; Acto que vai contra os meus principios. Esses planos levaram-me e ter estes próximos três anos em grande importância e não só, levara-me a ter como od três últimos na minha metrópole dos sentimentos.
                Os dias à medida que passavam faziam-me acreditar cada vez mais que eu me encontrava num exílio voluntário. Vi-me identificado com essa essa ilustre personagem que sofreu nas zonas dessa linha “É-com-a-dor” , de nome Luís Bernardo de Valença.
                Houve um dia em que eu acho que descubri qual era aquele sentimento desconhecido. Respirei fundo só de pensar que poderia ser esse, porque o meu maior medo é poder algum dia vir a depender de qualquer pessoa que fosse. Este sentimento vejo-o como uma dependência dos seres e dos sítios da minha metrópole.
                Na noite do dia 6, senti a minha passada realidade. Foi a noite mais dolorosa destes dias. Senti pela primeira vez que poderia sentir desilusão, visto que as outras não conesgui prever. Custou-me adormecer nesse dia. Senti o meu passado, provei o meu presente, reciei o meu futuro. Não aguentava o calor dessa noite, levantei-me, fui à casa de banho, passei água na cara, no pescoço, olhei no espelho os meus olhos; sempre os vi de maneira diferente de todas as pessoas, mas naquela noite, nem eu os reconhecia. Fiquei com a sensação de que algo estava diferente, que algo tinha mudado.
                No dia a seguir pouco descansado, levantei-me, e olhei-me no espelho. Uma sensação de leveza; leveza de corpo, leveza de espírito, leveza de mente. Era uma optima sensação. Como um renascer. Só me preocupou que o que me invadia a mente, em nada perturbava esse sentir. O tédio, a desoconfiança, aquele sentimento maldito, e até mesmo o sentimento de culpa, nada me abatia. Não era o mesmo. Senti-me como se tivesse entrado numa espécie de insanidade mental obscura,que me protegia de todos os agoiros.
                Mas o meu sentimento de culpa era de alguma maneira, anormal. Não me sentia culpado por os ter deixado sem o meu espírito. Sentia-me algo de culpado por não sentir a falta dele. Ele que vive comigo, ele que +e meu amigo, ele que provávelmente sente mais a minha falta que qualquer outra pessoa.
                Aquela insanidade era droga. Viciava-me a mente obscura o facto de os problemas mais revoltantes não me inquietarem.
                Até ao momento (passado um dia) que ela me fez ganhar outra vez a minha razão. Vi a minha fobia imortal personificada no espírito dela, vi-lhe a mente distorcida e vi-lhe nos olhos o arrependimento. Vi-a sentir-se dependente sentimentalmente, senti os chupistas que não lhe largavam o sub consciente. Eu não sou como eles, eu não sou como ela. Naquele momento senti-me um ser único que jamais alguem irá conhecer outro igual.
                Voltei a sentir a minha sanidade. Voltei ao espelho e reconheci aqueles olhos. Aquela insana protecção desapareceu, deixou-me pensar novamente no que me perturba.
                Dia 8, a última noite. Derrepente tornou-se menos insuportável estar cá. Já sentia o fim deste turbulhão mental. Já me sentia de ideias formadas e decisões tomadas. Sofri uma revolução, uma revolução mental, e estou preparado para o que se segue. Uma nova etapa da minha vida. Formei os meus objectivos vitalícios. Sinto-me alegre, sinto-me bem e acima de tudo, sinto-me preparado.
                Desfruto de esta ultima noite cá escrevendo, sentindo o calor na cara, e desfruto do sentimento de missão cumprida.
                Não consigo viver sem os meus pensamento, mesmo que eles me façam mal.
                Elevei-me ao mais alto espírito, pronto para acabar este verão, e pronto para ser único nos próximos três anos.
                Vivo por tudo que me rodeia. Sou um Vício.
                Acaba assim a minha pequena mas intensa jornada, pois amanha volto para a minha metrópole.
                Acabo assim o meu diário de Exilado Mental nesta terra.

- É ser notável entre as pessoas que gosto, ser extremamente
Presente nos seus espíritos porque vou ser capaz de a eles fazer o bem
E o mal, sabendo eles sempre que os amo e sabendo eu, que eles a mim me amam.
Ao mundo limitarei-me a deixar as minhas ideias, de maneira
a que eu, João Miguel Macedo Pereira do Lago, resista á lei da morte. –

Verão/ 26 Jun - 9 Jul/Andorra
João Miguel Lago

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